Dilsom Barros
A espécie mais estranha
De toda a raça humana
É o tal homem salão
Descendente da tirana
Etnia ‘homem corruptos’
Famosa por ser sacana
Essa clã tipo mundana
Só existe no Brasil
Alimentado com grana
Nessa terra evoluiu
Vendendo e comprando voto
Seu reinado construiu
No poder se garantiu
Há um século, ano a ano,
Perpetua seu poder
Como nobre soberano
Atropela adversário
Executa qualquer plano
Deixa o povo no engano
Não se sente traidor
Combina com sua classe
Favor paga com favor
Se esquece que seu cargo
Pertence a cada eleitor
Para nós um desertor
Não representa ninguém
Representa a si mesmo
Não delega o que tem
De direitos nos mandatos
Que é do povo também
Quer ainda ser do bem
Pousando com alegria
Com toda sociedade
É fora de sintonia
Não existe lei alguma
Que lhe tira a regalia
Quando já se anuncia
O final do um mandato
Corre ali nos seus ‘currais’
Andando dentro do mato
Distribui mesquinharias
É de novo candidato
Muda a cara nesse fato
Pede voto em cada lar
Aperta a mão do povo
Se dizendo popular
Dá as costas e vai embora
Para nunca mais voltar
Não vai conta nos prestar
Enganando os cidadãos
No parlamento desfruta
Junto com os seus “irmãos”
Do dinheiro que é público
Rebanhando com as mãos
Diante dos cidadãos
Apresenta-se na beca
Parecendo homem puro
Que não trai e nunca peca
Mas pode conter dinheiro
Escondido na cueca
Pois já fez esta meleca
No ápice do seu reinado
Articulando um esquema
Para cada deputado
Receber seus trinta mil
Todo mês depositado
O dinheiro escoado
Saiu do Valerioduto
Num sistema de desvios
Depurado e enxuto
Comprando mais de cem votos
Essa renda era o fruto
Demonstrando ser corruto
Em apoio ao presidente
Quem votasse nos projetos
Recebia de presente
Uma mala de dinheiro
Cada nota ainda quente
Essa trama eficiente
Por muito tempo deu certo
Só não contava a língua
De um membro mais esperto
Sentindo que ia perder
Colocou o jogo aberto
Quem abriu foi o Roberto
Que se diz um homem sério
Denunciou a falcatrua
Criada no Ministério
Por Dirceu e Genuíno
Aplicado por Valério
Descoberto o mistério
No banco desse careca
Começou a surgir casos
De dinheiro na cueca
Em dólar e em real
Nas partes em que defeca
Descobriram uma reca
Participando da farra
Brincado com verbas públicas
De projeto que esbarra
Nas mesas dos deputados
Que a grana logo agarra
Todo mês era uma farra
Recebendo o mensalão
Enquanto isso a saúde,
Segurança e educação
Sofria com o descaso
Entre a população
Esse tipo de ladrão
Reina livre no Brasil
A justiça é mesmo cega
Quando vê diz que não viu
E ninguém sabe de nada,
Se sabe, nos omitiu
Pode até ser que mentiu
Pra salvar a sua imagem
Permitindo impunidade
Para essa ladroagem
Com mais de cem corruptus
Nenhum foi à carceragem
Essa grande sacanagem
À injustiça se une
Todos saíram ilesos
Parlamentar é imune
Reelege-se de novo
Nunca mais ninguém o pune
Homem salão ficou impune
Está livre a regalia
O máximo de pena foi
Sua aposentadoria
Outro exemplo como este
Vai surgir a qualquer dia
Nessa Sociologia
Participo no papel
De criticar injustiças
Com meus versos de cordel
À política brasileira
Quem não sabe ser fiel
Dilsom Barros é aluno do Curso de Geografia, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade
Federal da Paraíba - UFPB. (dilsombarros@hotmail.com)
Fonte: Revista Política & Trabalho
terça-feira, 12 de agosto de 2008
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